Alfaiataria, slow fashion e ambiente
O conceito Slow Fashion preconizado pela suMisura nunca, como agora, foi tão pertinente e crucial.
Se a paragem imposta pela pandemia comporta alguma virtude, é a de nos proporcionar a oportunidade para questionar a nossa forma de vida e pensarmos em que tipo de mundo queremos viver.
Alguns dos grandes desafios que se colocam atualmente às sociedades evoluídas têm a ver com o consumo desenfreado e as implicações que este tem na sustentabilidade, quer na dimensão económica, quer na ambiental.
A poderosa indústria da moda está no centro destas preocupações ao seguir um modelo que privilegia a produção de ciclo intensivo que alimenta um consumo descartável, de enorme desperdício, para cujas consequências negativas muitos têm vindo a alertar, inclusive a partir do seu interior. A última voz a fazer-se ouvir foi a do decano dos designers italianos Giorgio Armani que, em carta aberta, propôs um modelo alternativo que promove a desaceleração e uma sazonalidade mais ampla, em sua opinião, a única forma de assegurar o futuro de uma atividade que se encontra numa encruzilhada.
A suMisura, pela sua natureza, é parte desta corrente, a qual defende que o vestir deve ser um ato pensado e com um tempo muito próprio: um jogo em que o cliente participa ativa e criteriosamente desde o primeiro momento e cujas variáveis vão desde a escolha dos tecidos, dos padrões e das cores, até aos detalhes da extensa gramática do estilo que vão contribuir para um produto final que deve ser o reflexo apurado da sua imagem.
A motivação deixa de ser a novidade, a tendência, a massificação e o imediatismo para se centrar na qualidade, na durabilidade, no pormenor e até na origem da matéria prima.
Este é sem dúvida um processo que requer mais tempo, mas cuja recompensa – o prazer de possuir uma peça absolutamente única, construída à imagem daquele que a veste e assinada em cada ponto pelo artesão que a construiu – é infinitamente superior.
Porque este é também o tempo dos alfaiates, dos camiseiros, dos sapateiros, das costureiras, do comércio local, dos produtos autênticos e da sua valorização, em que o atendimento personalizado, o aconselhamento, jamais serão um plus mas tão simplesmente uma prerrogativa de uma longa tradição que é fundamental reviver e valorizar.
Este é o mundo slow fashion que advogamos na suMisura e que vos convidamos a fazer parte.